domingo, 27 de setembro de 2009

Da tristeza e afins

"...Ás vezes eu quero chorar, mas o dia nasce e eu esqueço..." - Marina Lima




Não vou falar da tristeza que sinto ou que senti, não, esse não é meu objetivo. Meu objetivo é tentar entender de onde vem a tristeza, por que afinal ficamos tristes? Baseada na minha observação das coisas e das pessoas, poderia dizer que na maior parte das vezes, a tristeza vem da frustração, e mais especificamente ainda, frustração amorosa. É. Quem nunca teve seu coração quebrado, e se sentiu muito triste por isso, me atire a primeira pedra. Claro que há vários outros motivos pra a tristeza, por exemplo, a pessoa deprimida geralmente se sente rejeitada por todos e excluída, e acho que essa é a maior tristeza pela qual uma pessoa pode passar, observamos isso em muitos momentos da literatura, como nesse texto de Caio Fernando Abreu:

“Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois. Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto: ‘Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é?’ É o que estou tentando vivenciar. Certo, muitas ilusões dançaram – mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis, becos-sem-saída. Nada é muito terrível. Só viver, não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir. Porque não estou fluindo.”

Mas que angústia seria essa da qual ele falava? Que tristeza seria essa por qual quase todos os escritores passaram? Talvez seja uma amargura "natural", aquela que todos passamos, ou não. Talvez até seja apenas por eles saberem se exprimir em palavras, enquanto a maioria guarda para si mesma, e que nem mesmo a arte conssegue aliviar a dor que se sente.

Mas acredito ainda que mesmo a tristeza é necessária para o crescimento pessoal. Assim: não a depressão, mas essa que rotineiramente se abate sobre nós, nos faz perceber o quanto somos importantes e únicos, ou se for pela culpa, o quanto podemos nos tornar pessoas melhores.
Se "das ruínas de Atenas ergueram-se construções monumentais" (Gaarder), do que "resta" de nós quando atravessamos a fase ruim, 'nasce' um ser incrivelmente mais forte e capaz.


Desejo a todos que lerem, que consigam tirar sempre o melhor das adversidades para si e que nunca deixem de aprender com as experiências que passem.

;*



Nenhum comentário:

Postar um comentário