domingo, 7 de fevereiro de 2010

*Crônica II*

Pequena observação: este texto é citado em primeira pessoa, que é um gato, sendo ele narrador-observador. ^^
Era uma tarde quente e seca quando ela me encontrou. Eu, uma pobre criatura, abandonado ali desde nem me lembro quando, e ela, linda, doce, com olhos radiosos em me ver. Que belo dia! Senti-me tão feliz que comecei a agradecê-la, mas ela não entendia o que eu falava, pensava que eu estava com fome...não que eu não estivesse, mas naquele momento eu a agradecia. Ela não se importou com as minhas chagas, com as minhas marcas, ela olhou para dentro de mim, e viu que eu precisava de carinho, como toda criança eu queria ter um lar, uma mãe, que eu era frágil e dependia de alguém. Ela me amou! Eu também a amei, e amo muito aquela a quem hoje chamo de "mamã". Pena mesmo que ela não entenda o que digo. Naquele dia ela me levou para casa, me deu comida, depois fomos a um lugar onde tinham vários outros bichinhos e uma pessoa que cuidava de todos eles. Foi lá que passaram algo no meu pelo, ardeu um pouco, eu quase comecei a me lamber, mas depois vi que tinha passado, e depois de um tempo, eu estava com um pelo tão brilhante, que uma das minhas atividades preferidas era e é me roçar nas pernas da minha "mamã". Desde então não houve mais tempo triste ou solitário. A partir daquele dia, fui feliz.